Resumo
Este trabalho teve como objetivo verificar a eficiência das plantas macrófitas aguapé (Eichhornia crassipes) e a taboa (Typha angustifolia) na fitorremediação de efluentes urbanos. A pesquisa foi realizada utilizando-se água coletada no Rio Belém, o qual é utilizado para despejo de resíduos domésticos no município de Curitiba, e desagua no Rio Iguaçu. A coleta foi realizada em local próximo do encontro dos rios. O experimento foi dividido em três tratamentos. O primeiro tratamento foi a testemunha com apenas a água coletada, sem plantas; no segundo foi realizada a implantação dos aguapés, sendo colocadas dez plantas em cada repetição; e o terceiro foram implantadas as taboas, com dez plantas em cada repetição. Foi retirada uma amostra para análise no dia em que foi realizada a coleta da água no Rio Belém, chamada controle. Foram realizadas amostragens dos tratamentos em intervalos de sete dias, totalizando três coletas. Foram realizadas as análises de DBO, DQO, condutividade elétrica, pH, oxigênio dissolvido, metais pesados: alumínio (Al), arsênio (As), cádmio (Cd), cromo(Cr), cobre (Cu), manganês (Mn), níquel (Ni), chumbo(Pb), zinco (Zn) e coliformes fecais. A taboa apresentou redução da condutividade elétrica, reduzindo em 42,85% seu teor em relação ao controle. O oxigênio dissolvido obteve aumento significativo com a presença do aguapé e da taboa. O pH do efluente praticamente não foi alterado. A DBO e DQO reduziram significativamente, incluindo a testemunha. Todos os metais ficaram significativamente a baixo do teor máximo tolerado pela legislação. Os coliformes totais não obtiveram diferença com os tratamentos, já a bactéria Escherichia coli obteve redução em todos os tratamentos. Concluiu-se que as plantas possuem eficácia na fitorremediação do Rio Belém, porém quando aplicadas em pequena escala. Para melhorar a qualidade de toda água que desagua no Rio Iguaçu, seria necessária uma estação de tratamento.
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